Economia
A crise financeira que está a abalar o mundo
Terça-Feira, 07 Outubro de 2008
O furacão financeiro começou nos EUA mas já se alastrou à Europa. Por enquanto, os especialistas garantem que os bancos portugueses estão fora de perigo mas a verdade é que o receio instalou-se no seio dos cidadãos.
A primeira semana de Outubro ficou marcada pela chegada da crise financeira à Europa. Os problemas no banco belga-holandês Fortis e a consequente intervenção dos governos belga, holandês e luxemburguês para salvar o banco fizeram "rebentar" definitivamente a crise. De repente não se falava noutra coisa em Portugal e no resto da Europa. Desde esse dia já houve intervenções em vários bancos do Velho Continente": desde p Dexia (França, Bélgica), passando pelo Bradford & Bingley (Reino Unido) ou pelo Hypo Real Estate (Alemanha) e a acabar no Glitnir (Islândia). A crise europeia parece estar longe da dos EUA mas a verdade é que a lista de vítimas tende a aumentar.
Nestes dias, olhos e ouvidos estiveram atentos ao que se passava nos EUA, e a aprovação do "Plano Paulson" apresentado pelo secretário do Tesouro Henry Paulsonque foi chumbado à primeira em Washington por 228 votos contra 205 pela Câmara dos representantes, devido à oposição de uma maioria de republicanos. Esta surpreendente rejeição provocou nessa noite uma enorme queda nos mercados financeiros, com destaque para Wall Street. Depois de reformulado o Plano foi finalmente aprovado pelo Senado e assinado por George Bush que terá feito alguma pressão para quês esta solução financeira fosse para a frente. A nova versão do "Plano Paulson" para ajudar o sistema financeiro norte-americano prevê um aumento das garantias dos depósitos bancários e o prolongamento por dois anos de benefícios fiscais. O novo plano prevê assim um aumento de 100 mil para 250 mil do montante dos depósitos garantidos pela FDIC, entidade que garante esses depósitos. Além disso, propõe o alargamento para dois anos de benefícios fiscais a empresas e contribuintes individuais, nomeadamente na área no investimento em energias alternativas, que deve poupar aos norte-americanos 149 mil milhões de dólares em 10 anos.
A crise financeira que está a abalar o mundo
Terça-Feira, 07 Outubro de 2008
O furacão financeiro começou nos EUA mas já se alastrou à Europa. Por enquanto, os especialistas garantem que os bancos portugueses estão fora de perigo mas a verdade é que o receio instalou-se no seio dos cidadãos.
A primeira semana de Outubro ficou marcada pela chegada da crise financeira à Europa. Os problemas no banco belga-holandês Fortis e a consequente intervenção dos governos belga, holandês e luxemburguês para salvar o banco fizeram "rebentar" definitivamente a crise. De repente não se falava noutra coisa em Portugal e no resto da Europa. Desde esse dia já houve intervenções em vários bancos do Velho Continente": desde p Dexia (França, Bélgica), passando pelo Bradford & Bingley (Reino Unido) ou pelo Hypo Real Estate (Alemanha) e a acabar no Glitnir (Islândia). A crise europeia parece estar longe da dos EUA mas a verdade é que a lista de vítimas tende a aumentar.
Nestes dias, olhos e ouvidos estiveram atentos ao que se passava nos EUA, e a aprovação do "Plano Paulson" apresentado pelo secretário do Tesouro Henry Paulsonque foi chumbado à primeira em Washington por 228 votos contra 205 pela Câmara dos representantes, devido à oposição de uma maioria de republicanos. Esta surpreendente rejeição provocou nessa noite uma enorme queda nos mercados financeiros, com destaque para Wall Street. Depois de reformulado o Plano foi finalmente aprovado pelo Senado e assinado por George Bush que terá feito alguma pressão para quês esta solução financeira fosse para a frente. A nova versão do "Plano Paulson" para ajudar o sistema financeiro norte-americano prevê um aumento das garantias dos depósitos bancários e o prolongamento por dois anos de benefícios fiscais. O novo plano prevê assim um aumento de 100 mil para 250 mil do montante dos depósitos garantidos pela FDIC, entidade que garante esses depósitos. Além disso, propõe o alargamento para dois anos de benefícios fiscais a empresas e contribuintes individuais, nomeadamente na área no investimento em energias alternativas, que deve poupar aos norte-americanos 149 mil milhões de dólares em 10 anos.
E a Europa?
A Europa está preocupada com a situação economia e no passado fim-de-semana os líderes dos quatro países europeus do G8 comprometeram-se a envolver os restantes estados-membros no pacote de medidas aprovado para enfrentar a crise financeira mundial, procurando "preservar a confiança e a estabilidade" do sistema financeiro internacional. De facto, os chefes de Estado e de Governo da França, Reino Unido, Alemanha e Itália, reuniram-se em Paris, e adoptaram uma declaração conjunta, na qual está expresso que a aplicação dos princípios adoptados pelos restantes Estados-membros da UE é "indispensável". Na declaração conjunta, os líderes escrevem que "o apoio público a bancos em dificuldades deve ser acompanhado por medidas que assegurem a protecção dos contribuintes, a responsabilidade dos directores e que o custo seja partilhado pelos accionistas".
França, Reino Unido, Alemanha e Itália consideram "prioritário reforçar a transparência e a segurança das operações nos mercados de derivados de créditos".
"A Europa deve organizar-se para reagir rapidamente e de maneira coordenada com os outros centros financeiros. Devemos melhorar a organização no seio da União Europeia para tratar o caso dos grupos financeiros pan-europeus de maneira coerente com o protocolo sobre a estabilidade financeira de Junho de 2008, em particular, a criação imediata de um colégio de supervisores para vigiar as instituições financeiras transfronteiriças", adianta o documento.
Dia negro nas bolsas
Não chegou ao ponto de ser considerada uma "segunda-feira negra" como a que ocorreu em Outubro de 1987 quando Nova Iorque caiu 23% apenas num dia, mas o pânico que se viveu de 29 para 30 de Setembro nas principais bolsas mundiais chegou a lembrar esse dia.
O inesperado chumbo do plano do secretário do Tesouro norte-americano, Henry Paulson, caiu que nem uma bomba em Wall Street e isso reflectiu-se nas bolsas. Horas antes, a maior parte das bolsas europeias fechou com quebras superiores a 8% e chegaram a ter a maior descida diária desde 1997, pressionadas pela chegada da crise financeira à Europa. O banco Fortis, belga-holandês e parceiro do BCP nos seguros em Portugal, foi mesmo salvo do colapso pela intervenção dos governos belga, luxemburguês e holandês. No dia a seguir o arranque da bolsa até nem correu muito mal apesar da lista de vítimas da crise tender a aumentar. Segundo os analistas, a turbulência vai-se manter, até porque a confiança não sobe.
E depois da Crise?
O mundo está de olhos postos na crise financeira e nas consequências da aprovação do plano global de salvamento nos EUA.
Mas a pergunta que não sai da cabeça de todos é: e depois da crise? O que vem aí? Segundo o Fundo Monetário Internacional é provável que se entre em recessão. O FMI publicou mesmo na passada semana, um estudo onde alerta para este perigo. "A turbulência financeira no verão de 2007 transformou-se numa crise global. Actualmente, há uma possibilidade substancial de uma forte contracção nos EUA" diz esse estudo.
E embora a crise tenha começado nos EUA, a verdade é que toda a Europa também está a mergulhar nesta turbulência financeira. Senão vejamos: Reino Unido, Bélgica, Holanda, Luxemburgo, Islândia e Alemanha gastaram num só dia qualquer coisa como 69,37 mil milhões de euros para salvar quatro instituições financeiras. Estamos a falar de cerca de metade do produto interno bruto português, segundo o Jornal de Notícias.
Enquanto o plano Paulson era discutido nos EUA, os principais governos da Europa lançavam mensagens de confiança mas a verdade é que o sentimento de insegurança aumenta de dia para dia. Não se sentia este desconforto desde os ataques terroristas de 11 de Setembro.
PERGUNTAS E RESPOSTAS
A crise vai chegar aos bancos portugueses?
Não há certezas mas os especialistas dizem que as instituições financeiras nacionais estão fora de perigo já que estão menos expostas aos activos que geraram esta crise.
As poupanças estão seguras nos bancos?
Existe um Fundo de Garantia dos Depósitos que é financiado pelo sistema bancário e pelo Banco de Portugal. Este Fundo garante o retorno das poupanças até 25 mil euros por cada titular de conta. Para os aforradores com poupanças mais altas a este montante o melhor é repartir o dinheiro por várias instituições.
Os juros dos depósitos estão incluídos?
Sim. Os juros dos depósitos estão incluídos nos saldos dos depósitos abrangidos pela garantia do Fundo.
Que depósitos estão abrangidos?
Vamos pelos excluídos: os feitos por instituições financeiras (seguradoras, gestoras de fundos) e entidades do sector público administrativo. Também estão excluídos aqueles realizados por membros dos órgãos de administração ou fiscalização da instituição de crédito ou seus familiares em primeiro grau.
E os depósitos captados pelos bancos online?
O regime de garantia aplica-se a todas as instituições de crédito participantes no Fundo.
E se os depósitos forem de um banco com sede noutro estado-membro da União Europeia?
As instituições de crédito com sede noutro país da União Europeia estão abrangidas pelo regime de garantia do país da sede.
Tenho algumas poupanças aplicadas num fundo de investimento. Estão em risco?
Um fundo de investimento é uma aplicação de risco.
Os bancos portugueses estão menos expostos a esta crise?
Dizem os especialistas que sim porque as regras de regulação são mais apertadas. Existe sempre o risco de falência mas é pouco provável.
A.R.A.
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