Biografia: Papa Bento XVI – A Guerra e o Serviço militar



A Guerra
Com a guerra o seminário é requisitado como hospital militar e o diretor o transfere para uns alojamentos vazios das Damas Inglesas de Sparz. A incorporação na Juventude Hitlerista das crianças alemãs tornou-se oficialmente obrigatória a partir de 1938 até o fim do Terceiro Reich em 1945. Até 1939 nenhum seminarista havia entrado na organização, mas o regime exigiu que a partir de março a afiliação fosse obrigatória. Até outubro a direção do seminário em que estava se negou a inscrever os seus alunos mas logo não pode mais impedir a sua inscrição na organização. Assim sucedeu também com Joseph Ratzinger, aos 14 anos.[19] Uma testemunha relata (segundo o Frankfurter Allgemeine Zeitung) que os seminaristas eram uma "provocação para os nazis: se lhes considerava suspeitos de estar contra o regime".[20] Em um documento do Ministério da Educação se lê que a incorporação compulsória às Juventudes Hitleristas "não garantia que os seminaristas realmente se haviam incorporado à comunidade nacional-socialista".[21] Quando fez catorze anos em 1941, portanto, Joseph teve de se incorporar à Juventude Hitlerista [22] e, de acordo com o seu biógrafo John Allen, não era um membro entusiasta.[23] Recebeu gratuidade escolar por pertencer a esse grupo, mesmo não participando de seus encontros, graças à amizade com um professor de matemática filiado ao partido Nacional Socialista, que lhe leccionou no seminário. Por causa da mobilização provocada pela guerra os irmãos Ratzinger deixaram o seminário naquele ano de 1941 e retornaram à casa paterna.
Serviço militar
Em 1943, com dezesseis anos, foi incorporado, pelo alistamento obrigatório, no Exército Alemão, numa divisão da Wehrmacht encarregada da bateria de defesa antiaérea da fábrica da BMW nos arredores de Munique. Mais tarde, estará em Unterförhrin e Gilching, ao norte do lago Ammer. É dispensado em 10 de setembro de 1944 do serviço na bateria antiaérea de Gilching e poucos dias depois é enviado a um campo de trabalho em Burgenland , na fronteira da Áustria com a Hungria e a Checoslováquia para realizar trabalhos forçados, daí é destinado ao quartel de infantaria em Traustein, de onde desertará pouco tempo depois.[24]
Com a rendição alemã em 8 de maio de 1945 Ratzinger é recolhido preso no campo aliado de concentração de prisioneiros em Bad Aibling, com mais de quarenta mil prisioneiros. É libertado em 19 de junho, apenas dois meses depois de ter completado os dezoito anos, chegou em casa em Traunstein na noite da sexta-feira do Sagrado Coração.[25]