Joseph
Ratzinger nasceu no dia 16 de abril de 1927 em Marktl am Inn, uma pequena vila
na Baviera, às margens do rio Inn, na Alemanha, filho de Joseph, um comissário
de polícia (Gendarmeriekommissar) do Reich, um oficial da polícia rural oriundo
da Baixa Baviera e adepto de uma corrente bávaro-austríaca de orientação
católica.[12] Seu pai, era de religiosidade profunda e um decidido adversário
do regime nacional-socialista, as suas ideias políticas firmes chegaram a
trazer sérios perigos para a própria família.[12] Em 1941, um dos primos de
Ratzinger, um menino de catorze anos de idade com Síndrome de Down, foi morto
pelo regime Nazi em sua campanha eugênica [13]
A
mãe de Joseph Ratzinger, sra. Maria Ratzinger, era de procedência tirolesa e,
portanto, austríaca. Conhecida por ser boa cozinheira, trabalhou em pequenos
hoteis; faleceu em 1963. O casamento ocorreu em 1920, os filhos Maria e Georg
nasceram em 1921 e 1924, Joseph nascera num Sábado de Aleluia e fora batizado
no dia seguinte, domingo da Páscoa. A família não era pobre no sentido literal
do termo, mas os pais tiveram de fazer muitas renúncias para que os filhos
pudessem estudar.[14] Em 1928 a família mudou-se para Tittmoning, na época um
lugarejo de cinco mil habitantes, às margens do rio Salzach na fronteira
austríaca.[15] Em 1932 a família mudara-se novamente, agora para Aschau, de
novo às margens do Inn, um povoado próspero -já que em Tittmoning Ratzinger-pai
havia se mostrado demasiado contrário aos nazistas.[12][15] Aqueles assumiram o
poder em 30 de janeiro de 1933 quando Hindenburg nomeou Hitler chanceler, nos
quatro anos em que a família Ratzinger passou em Aschau o novo regime
limitou-se a espionar e a ter sob controle os sacerdotes que se lhe mostravam
hostis, Ratzinger-pai não só não colaborou com o regime como ajudou e protegeu
os sacerdotes que sabia estarem em perigo. Já em 1931 os bispos da Baviera
haviam publicado uma instrução dirigida ao clero em que manifestavam a sua
oposição às ideias nazistas.[12] A oposição entre a Igreja e o Reich
estendia-se ao âmbito escolar: os bispos empreenderam uma dura luta em defesa
da escola confessional católica e pela observância da Concordata.[12]
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