PRIMEIRA CARTA A TIMÓTEO
APELO AO DISCERNIMENTO
Introdução
Junto com a carta a Tito, as cartas a Timóteo formam um conjunto à parte na literatura que é comumente atribuída a São Paulo. Não se dirigem a uma comunidade, mas a pessoas individuais que possuem uma responsabilidade no governo, no ensino e no comportamento das comunidades cristãs. Porque apresentam diretrizes para os pastores, desde o séc. XVIII elas são chamadas Cartas Pastorais.
Timóteo foi discípulo e colaborador de Paulo, e é mencionado ou está sempre junto com o Apóstolo quando este escreve suas cartas.
Conforme Atos, Timóteo nasceu em Listra, na Licaônia. Filho de pai grego e mãe judeu-cristã, Paulo permitiu que ele fosse circuncidado (At 16,1-3). Ao passar por Listra, na sua segunda viagem missionária, Paulo tomou Timóteo consigo como companheiro de viagem. Timóteo ficou em Beréia quando Paulo teve que fugir (At 17,14s) e depois se juntou a Paulo em Corinto. Foi mandado para a Macedônia antes da terceira viagem de Paulo (At 19,22) e estava no grupo de Paulo no fim da terceira viagem (At 20,4). A 1Tm deve ter sido escrita em 64-65 e apresenta Timóteo como responsável pela igreja de Éfeso.
A importância da 1Tm está no seu testemunho histórico sobre a organização eclesiástica. Paulo insiste para que Timóteo desempenhe com firmeza e coragem a função que recebeu de Cristo mediante a imposição das mãos («ordenação»). Exorta-o a tornar-se anunciador e defensor da verdade (1,3-20), a organizar o culto (2,1-15) e a ser pastor, dirigindo a comunidade na diversidade dos grupos (3,1-6,2). Estamos ainda longe de uma rígida organização jurídica, mas podemos dizer que temos aqui um verdadeiro ponto de partida para a reflexão teológica sobre o ministério na Igreja.
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