A primeira vez que fomos a El Salvador em tempos de pós-guerra não conhecíamos o país nem sabíamos o que nos esperava ali. Chegamos a uma província chamada El Congo, do estado de Santa Ana, convidados pela senhora Delmis López. Após permanecer um tempo no local, os irmãos nos disseram que tínhamos um convite para visitarmos um outro estado, chamado San Miguel, que ficava a quatro horas do lugar em que estávamos.
As pessoas que organizavam a missão conseguiram um microônibus que nos levaria a San Miguel. Um motorista, que também era mecânico, seria a pessoa responsável pelo nosso translado ate lá. No caminho, depois de várias horas de viagem, uma forte chuva se iniciou no momento em que atravessávamos uma parte da estrada em construção. Chovia tão intensamente por mais de uma hora que o rio próximo a esta estrada transbordou.
A água, que alagou a rodovia, dificultava nossa movimentação, uma vez que chegava até a porta do veículo.
Tínhamos que nos mover lentamente, porque nosso microônibus era modesto. Devíamos faze-lo com precaução, enquanto que os veículos pesados de construção andavam com mais velocidade que o nosso, passando ao nosso lado. Mas um desses veículos levantou tanta água na nossa direção que molhou o motor, fazendo com que o microônibus parasse. O motorista rapidamente descobriu o que havia acontecido e nos informou que a água havia causado um curto-circuito, impossibilitando a continuação da viagem.
Todo o irmão começou a se preocupar, não só porque estávamos num tempo de pós-guerra com um alto índice de crimes, mas porque de vez em quando pessoas eram encontradas mortas nessa mesma rodovia. Os missionários estavam assustados, uma atitude normal quando nos encontramos nessas situações. Mas, nesse caso, nunca se deve esquecer que o diabo se utiliza de situações desfavoráveis para nos roubar a paz. Então decidi fazer algo para sair desse lugar. Pedi ao motorista que abrisse a porta, pois queria rezar sobre o veiculo. Começaram a persuadir-me com diferentes argumentos para que eu não fizesse aquilo. Diziam-me, por exemplo, que estava chovendo, que não era uma rodovia segura, que estava escuro e assim seguiram enumerando razoes para que eu não descesse do microônibus. Abri a porta e saí caminhando no meio da água e da tempestade. Comecei a falar com o veiculo e as pessoas que passavam por ali reduziam a velocidade para observar o que eu estava fazendo. Mas me concentrei nas palavras que pronunciava e assim coloquei minhas mãos sobre o veículo e disse-lhe: “Você foi escolhido para nos levar a este encontro onde anunciaremos Cristo Jesus. Pela força do nome de Jesus você funcionara, submetendo-se mansamente à vontade de Deus. Em nome de Jesus, ordeno que comece a funcionar!”. Logo em seguida dei graças ao Senhor pelo conserto que Ele já havia feito. Depois pedi ao motorista que ligasse o microônibus. Ele me respondeu: “Sou mecânico e lhe asseguro que não se pode fazer nada quando ocorre um curto-circuito”. Insisti que o fizesse sem dar-me explicações da situação; que ligasse e colocasse a marcha no microônibus como quem realiza um ato de fé. O homem foi obediente e atacou a ordem. O veículo fez um ruído pertinente e arrancou normalmente. Continuamos nosso caminho em direção a San Miguel para pregar a palavra de Deus.
Glória a Deus!
Amado irmão:
Deixe-me dizer algo: para Deus não há problema que seja grande, já que para Ele todos são iguais. Somos nós que aumentamos os problemas. Sim você leu bem, absolutamente todos os problemas são iguais para Deus.
Deposita Nele todas as suas preocupações, pois Ele cuidará de Ti (1Pd 5,7).
Amém.
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